terça-feira, 3 de junho de 2008

Recomeço


Lisboa é a cidade da saudade. Um abraço quente onde podemos sempre regressar e deixarmo-nos perder no tempo que passou.
Em tempos, ouvimos o som de um saxofone com o conforto de um chocolate quente. Esse tempo passou. Reconstroem-se novas memórias, um novo futuro.
Já regressei ao local que marcámos com a vivacidade característica dos jovens, os paralelos da costa do castelo são os mesmos, intactos, com a lembrança de outros que, tal como nós, por lá passaram.
Na ânsia de reencontrar o passado deixei-me perder na sombra, nos becos, nas ruas estreitas como um estrangeiro.
É o que sou.
Um viajante.
Ao invés do passado reencontrei-me, a mim, ao que achava perdido há demasiado tempo.
Escolhi uma nova casa, permiti-me esquecer-te e recomeçar de novo.
As nossas memórias ainda lá estão,
Contigo,
Na casa que escolhemos para nós.
Mas, tal como fiz contigo, deixei que a casa se perdesse na minha memória.
Recomecei.